Em 1984, surgiu o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), organização cujo principal objetivo é exigir o cumprimento da lei máxima do país: a Constituição brasileira de 1988 estabeleceu a obrigação de o governo fazer a reforma agrária.
O Brasil é um país com um território enorme e, no entanto, milhões de famílias passam forme porque não possuem um pedacinho de terra suficiente para sobreviverem. A maior parte das terras pertence a umas poucas famílias de latifundiários. No começo dos anos 1960, as Ligas Camponesas exigiam a reforma agrária. O golpe militar de 1964 interrompeu o processo. Líderes camponeses foram presos, banidos do país e até assassinados. Enquanto isso progredia o agronegócio, ou seja, as grandes e modernas empresas capitalistas no campo. Com a abertura política no final da ditadura, os camponeses voltaram a articular suas lutas.
Com o mivineto da reforma agraria, os latifúndios improdutivos (grandes propriedades rurais onde há vastas extensões de terra que não são utilizadas para nenhuma atividade econômica) devem ser confiscados e suas terras ociosas serão distribuídas para as famílias de trabalhadores rurais sem propriedade.
Por que então a reforma agrária ainda não foi realizada totalmente? Boa pergunta. Os grandes fazendeiros sabem se defender: tentam provar nos tribunais que suas propriedades não são improdutivas, elegem deputados e senadores que formam a bancada ruralista, divulgam a ideia de que a reforma agrária destruiria o dinâmico setor do agronegócio, contam com a ajuda de parte da imprensa.
Tradicionalmente, as elites brasileiras nunca deram muita atenção às reivindicações dos camponeses. Como então chamar a atenção da sociedade para os problemas do campo, como pressionar as autoridades para que promovam mudanças? O MST descobriu que a melhor tática é a ocupação de terras. Baseados no lema "ocupar, resistir e produzir", inúmeros sem-terra (famílias inteiras) entram num latifúndio improdutivo, montam o acampamento e começam a semear a terra. Depois de algumas operações, o país inteiro ouviu falar do MST. E os conservadores reagiram. Fazendeiros contratam (infelizmente, o tempo do verbo ainda é o presente) pistoleiros para assassinar lideranças camponesas. Bandos de homens armados vigiam latifúndios improdutivos.
Por que então a reforma agrária ainda não foi realizada totalmente? Boa pergunta. Os grandes fazendeiros sabem se defender: tentam provar nos tribunais que suas propriedades não são improdutivas, elegem deputados e senadores que formam a bancada ruralista, divulgam a ideia de que a reforma agrária destruiria o dinâmico setor do agronegócio, contam com a ajuda de parte da imprensa.
Tradicionalmente, as elites brasileiras nunca deram muita atenção às reivindicações dos camponeses. Como então chamar a atenção da sociedade para os problemas do campo, como pressionar as autoridades para que promovam mudanças? O MST descobriu que a melhor tática é a ocupação de terras. Baseados no lema "ocupar, resistir e produzir", inúmeros sem-terra (famílias inteiras) entram num latifúndio improdutivo, montam o acampamento e começam a semear a terra. Depois de algumas operações, o país inteiro ouviu falar do MST. E os conservadores reagiram. Fazendeiros contratam (infelizmente, o tempo do verbo ainda é o presente) pistoleiros para assassinar lideranças camponesas. Bandos de homens armados vigiam latifúndios improdutivos.
Em 1996, em Eldorado dos Carajás (PA), soldados da polícia militar comandados por um coronel, dispararam contra militantes do MST. Vinte e um trabalhadores foram assassinados, dezenas tiveram ferimentos graves. No julgamento do ano 2000, todos os policiais foram absolvidos "por falta de provas". Dois anos depois, houve julgamento e apenas os comandantes foram condenados, mas com direito de se defenderem em liberdade.
A execução da reforma agrária enfrenta outro obstáculo: a falta de dinheiro do governo para indenizar os antigos proprietários e para dar assistência aos assentados (financiamento, estradas, silos de armazenagem, tecnologia, etc.).
FONTE: http://www.acervoescolar.com.br/index.php?ind=reviews&op=entry_view&iden=166
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