domingo, 7 de novembro de 2010

A Figura 1 e o Gráfico 1 indicam que a cana teve forte expansão da área plantada no país no período, com aumento de 43%. E embora a maior parte da cana concentre-se na região Centro-Sul (região onde passou de 63 para 78% do total plantado no país), a região onde mais cresceu proporcionalmente a área plantada no período foi a Amazônia (121% de aumento). Em termos absolutos, a maior expansão da área de cana-de-açúcar verificou-se nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.


 A soja (Figura 2 e Gráfico 2) também vai se deslocando dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, onde é plantada sobretudo por pequenos e médios produtores, para Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Maranhão onde os grandes latifúndios monocultores empresariais de exportação se destacam. O Gráfico 2 indica que a área plantada com soja no Brasil cresceu 91% no período 1990-2006, sendo que o maior crescimento verificou-se na Amazônia (319% !!!) que já responde hoje por quase 1/3 da soja produzida no país (Figura 2).



MAPA 01 – Brasil –Pecuária – 1996 e MAPA 02 – Brasil – Pecuária - 2006


Assim vemos se reproduzir ampliadamente no espaço geográfico brasileiro o Complexo de Violência e Devastação (Porto-Gonçalves, 2007), a outra face de Janus do perverso processo de modernização do agro brasileiro, onde terras que são formalmente de responsabilidade do Estado são apropriadas de modo fraudulento (grilagem) num processo que, aliás, sempre caracterizou a expansão para novas áreas (vide o avanço da fronteira em São Paulo, Paraná, Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais ainda no século XX). O recente avanço no Mato Grosso, Pará, Tocantins e Maranhão vem ainda associado à demanda por carvão vegetal para a purificação (ferro gusa) do ferro, commoditie que, deste modo, vai sem rejeitos para o primeiro mundo à custa da queima da floresta. Não à toa a Amazônia, junto com o Nordeste, foram as regiões onde mais se expandiu a produção de madeira no Brasil nos últimos anos. O aumento que foi de 114% no conjunto do país;  de quase 25 vezes no Nordeste, que passou de 0,6% para 7,6% do total da produção brasileira, e triplicou na Amazônia que passou de 2,9 para 5,6% do total, ao passo que no Centro-Sul, embora a produção tivesse crescido 92,9%, a participação no total do país caiu de 96,4% para 86,8% do total.








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